CLAUDINHA E O MAR

Claudinha foi morar à beira mar.

Me deixou,

Como também me deixou Joana, Patrícia, Rosinha, Florinda e Alencar.

Alencar era um caro chato.

Chato, mas amigo.

Não sei o que essa trupe foi fazer no Ceará.

Por Claudinha quase perdi minha alegria.

Daqueles bons tempos, só restou nostalgia.

Seus olhos me olhando de soslaio,

fazia meu corpo vibrar e pernas tremer.

Quando me olhava, olhava com desejo.

Com o desejo de quem quer fruta com casca comer.

Ontem,Claudinha me ligou.

Ligou não, mandou um e-mail.

Poetisa de mão cheia,

Sempre gostou de me provocar com o lirismo de sua veia.

Às vezes penso que Claudinha deveria ser atriz.

Se assim fosse,

pelo cristal da telinha, poderia desnudar sua fogosa e

generosa formosura.

Mas Claudinha nunca quis.

Diz que ser poetisa é o que a faz tesuda.

Tesuda, para quem tem um coração tão grande como Claudinha, devo dizer que é pouco.

Ela é um poço de alegria e candura.

Quem saiu perdendo fui eu.

Perdi a inspiração e a musa.

Antonio Virgilio Andrade
Enviado por Antonio Virgilio Andrade em 14/07/2006
Reeditado em 14/07/2006
Código do texto: T194063