Tolice dos Desalmados
Fuga de mim mesmo,
já estou treinado,
fuga das horas,
passo rápido pelos dias,
tentando não ser meio-reinado.
Fuga de minhas coisas
que se perderam com o tempo;
lembranças tardias,
bondes sem trilhos
sempre em tardes chuvosas.
Hoje, fujo de mim mesmo,
me escondo entre o início
e o fim - ardendo -
- como se fossem duas paredes -
e sem nenhum sentido:
de qualquer maneira acabo
perdendo.
A verdadeira fuga só retrai o interior,
e o joga para o dia seguinte
onde homem nenhuma
marca os dias.
Hoje, relapso no andar,
descuidado ao vestir,
trôpego de andar
pois a a idade me cravejou
de drogarias.
Procuro esquecer o que fui
e, mais ainda, o que deixei de
ser.
Tolice dos desamados!
Se o destino quis assim,
quis assim!
Mas sei,bem sei, que este destino,
não foi pra mim!
José Kappel
Enviado por José Kappel em 16/07/2006
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