As Duas Rosas

As Duas Rosas

Se passasse o outono pela bela flor

Envelhecendo-a e reduzindo-a desbotada

Os frescos botões lhe seriam espelhos de chagas e dor

Se lhe sobrevivesse a cor e a altivez passada

Sonhava, solitário coração, “ a felicidade é o verdadeiro amor”

E deveras julgava sofrer

Mas se na amada descobre ciúmes e dor, ao invés de ardor

Vê que a felicidade, é o que jamais vem a ser

Assim a rosa flor

Como verdadeiro

E puro amor

Podado

Em pleno frescor

Dura pouco,

Mas com ardor

Assim, brônzea rosa flor

Deseja imortalizar-se

Com todo louvor,

E esconde da roseira então

Sua grande dor

Para ser do botão

O ídolo, o fervor

No imo, semeado estão duas rosas

O sonho do grande amor

E o desejo por louvor

Mas no avesso do imo, uma circular realidade

Irrevogável, universal

Faz florescer espinhos, onde outrora era pura felicidade.

marcelo colucci

macolucci
Enviado por macolucci em 18/07/2006
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