Fogueira

Vida pequena, feita das escolhas dos outros.

Poder a mim concedido,

Manter determinante este medo,

Do luto que resulta,

No final que executa.

Terminando como um dia noturno,

Em tragédia que se enfileira,

Na seqüência horrenda das falhas.

Abro as mãos, sim, eu abro.

Não há diferença no nada que se possui,

Para o nada que se deseja.

E mais que tudo,

Um dia.

Em alguma tarde que não se imagina.

Com os pés na areia,

De um lugar que não se planeja.

Talvez o vinho que não exista,

Seja fogo de fogueira,

Calor na noite congelante,

Imensidão de pensamentos vagos.

O que importa sermos? Se aqui estamos.