Corre, Maria,Corre
Quando,
pergunto, dizem que não, quando
peço,mandam passar depois.
Depois é agora, veludo e carmim,
pêssegos e goma prá comer,com prazer.
Se ouço. Apráz do mitos!
Se sou quem falo. Se falo,
ninguém escuta.
Agora, parto, medido e sozinho,
e digo:
de que me importam os bravejos?
Elas se fecham e se abrem apenas
as janelas para o pôr-do-sol.
Se há vida ali,
eu sou meia parte da vida,
meia parte de seu sonho,
meia-parte do caos!
Mas que vida sombraceira!
Cheia de aves e chaves!
Mas tudo correto:
ao léu,
na corrente no mar
que leva aos céus!
Mas ninguém me trás
o pouco de paz
que me deram ao nascer!
E deixe suas ondas
quebrar,
ao primeiro quebra-mar,
cujo nome lhe deram:
Maria!
José Kappel
Enviado por José Kappel em 20/07/2006
Código do texto: T197862
Classificação de conteúdo: seguro