Poemando-te

Minhas letras contemplam-te entregues

Deitadas no leito dos teus olhos.

Buscas evidências da tua presença

No despir das minhas mãos em versos.

Se precisas de confissões, declaro-te:

Sim, é para ti cada palavra

Exposta, publicada e proclamada

No colo atrevido da página.

É que meus dedos gostam do espreguiçar

Do teu nome em minha caligrafia

Em entrelinhas, sussurrando ternuras

Ou nas curvas amorosas de cada letra.

E se minha poesia te provoca os olhares

É por querer ser acarinhada, pronunciada

Na libação de sons dos teus lábios.

Quando a tua saudade, clama por mim

Tuas mãos me lembram, tocando-me

No silêncio da folha escrita.

Fernanda Guimarães

São Paulo, 19/07/2006

Fernanda Guimarães
Enviado por Fernanda Guimarães em 20/07/2006
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T197994