NO RASTRO DA VERTIGEM
Ah... Esses homens poetas
E suas vertentes desconformes...
Manhã de ontem
os vi
Estirados pelas quinas e alcovas
Eram alguns de tantos
Apalpando as pálpebras da palavra
- e nem vociferavam ai!...
Os vi
Sangrando pelas calçadas e guerras
Eram tantos de alguns
Que nem reclamavam vidas feridas
Paridas...
Manhã de hoje
Os vi
Estavam nus
Cabiam no torniquete da palavra...
Os vi
Estavam crus
Não teriam chance com fome...
Os vi
Estavam nu-crus
Não sabiam do destino do poema
E do beber o fel de suas
Próprias palavras...
Os vi
Estavam animálias agonizantes...
Não cabiam na boca alma
E nem nos ovários das flores
De fina estampa
Decerto se cabiam sofridos
Por entre letras
Corpos
Orquídeas
- e só!...