Memória amorosa


Quando o mundo deixar de ser mundo
e a humanidade
for apenas memória digital
na nova história de novo planeta
serei centelha de espírito colonizador
Ainda mais te amarei

Serás a única memória amorosa
das vivências a bordo do planeta terra?

Desatento ao manual de sobrevivência
que ensinava não fazer de outro ser
seu próprio ser
entreguei-te bem mais do que fui

Quando o mundo deixou de ser mundo
para desfazer-se em descomunal deserto
promovido pela própria fera humana
lá estava eu
Vertigem agônica da natureza abatida
erguendo voz e bandeiras de protestos

Quando o mundo deixou de ser mundo
lá estava eu
Vertendo versos de consagração a ti

Quando o mundo voltar a ser mundo
ainda que em outro mundo distante
lá estarei a tua espera
renovando a paixão que colhemos hoje
Ainda que tenhamos outros nomes
e memória nenhuma desta vida

Ou o amor que agora nos trama os corpos
já é o prêmio de semeaduras passadas?
Rossyr Berny
Enviado por Rossyr Berny em 22/07/2006
Reeditado em 22/07/2006
Código do texto: T199452