Quando

Angélica T. Almstadter

Sei dos teus desejos, dos teus anseios

Conheço teus olhares nos meus

Conheço teus silêncios, teu falar pausado

Sei de ti tanto e mais do que preciso

Dos teus desalentos, do teu corpo os meneios

Quando me abraças e quando te calas

E te fazes enigmático, afastado

Cifrado.

Te gosto assim indeciso, conciso

Quando me procuras ansioso

Amoroso

Te gosto assim carente de mim

Com os laços frouxos, liberto

Pronto pra mergulhar receoso

Quando me parece tão certo

Disperto, deserto

Quando me olhas intrigado

Preocupado, interessado

Quando te fazes insinuante

Quando ficas de mim distante

Quando me vês e segura as palavras

Quando bebe feliz minhas lavras

Da verve disparada e descompassada

Sei de ti o que em mim dispara

Sei de ti os medos, alguns segredos

Sei do teu coração cheio de esperanças

Batendo como o de uma criança

Perdido na paisagem sonhando

Relembrando

Enquanto eu me guardo inquieta

Para quando te puder confessar

Quando em ti puder encantar minhas promessas

Quando de perto puder sentir o teu pulsar

Me entregar sem pressa e até as avessas

Quando me puderes enxergar como sou

Quando entender e aceitar o meu querer

Quando não mais precisar fugir

Quando puder dizer onde estou

E porque estou a existir...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 26/05/2005
Código do texto: T19976
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