Camera subjetiva

Veja se não é bolero

Esse seu rasgo estúpido

Olhe para mim oras!

De sorrisinhos, já basta!

Chega, saiba:

já extrapolou o clichê

Coloca agora

Nas pressas de teu súbito

A vontade de me ver, de me ter

E vício também é vontade

Então vicia e roda a roleta!

E distribui os valetes!

Venha,

meu rosto não tem prefácios

Passa da capa e veja-me

Escuta-me, leia-me

Uma imensidão de acasos

Tudo junto,

formo o que chamo

de uma multidão chamada EU

Morto não ressucita

A virgem se desabrocha

Não rebobino fitas

Nem vem

Nem corto em fatias

Nem em cubinhos,

engula seco, diabo!

Ofereço-te o meu jeito

Minha vida

e minha forma de comtemplar

A camera subjetiva da vida.

Michell Niero
Enviado por Michell Niero em 24/07/2006
Código do texto: T200490