Manhãs de setembro

Angélica T. Almstadter

Da tua pele alva como a neve

Veio o aroma dos meus dias

Me perdi no brilho indizível dos teus olhos

Tateando pelos teus contornos arredondados

Tu que tens as palavras doces como o mel

Os lábios mais macios que o algodão

Deitou nos meus dias carinhosamente

O sonho doce das manhãs de setembro

No despertar de um acorde quase breve

Segui os pássaros em euforia

Passeando entre os teus abrolhos

No rastro dos teus passos perfumados

Tu que me instilas do teu ser insustentável

A magia de sondar o meu escondido coração

E nele se alojar solenemente

Como o que antes já não me lembro

Tu que acordas em versos à minha janela

Assentas as cores nas minhas pálpebras arredias

Vem morar nas minhas manhãs vazias

Vem fazer festa na minhas alvoradas

Redenção dos meus amores insensatos

Dos deuses o fidalgo esperado

Toma meus abraços cobiçados

Meus beijos sempre desejados

Em cada manhã nascida nessa aquarela

Debruçada no horizonte das minhas alegrias

Pontearei versos qual fossem iguarias

Lembranças das nossas noites dedilhadas

No afair dos nossos desejos prolongados

Vividos em um arroubo provocado

Entre quatro paredes nem tão recatados

Cada um dos meus sonhos no teu peito gotejado

Nas manhãs de setembro eu quero sair

Eu quero buscar os teus braços esquecidos

Guardar nos meus braços desguarnecidos

E não mais te deixar dos meus abraços fugir

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 27/05/2005
Código do texto: T20084
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