Perdoa-me, Poesia
Angélica T. Almstadter
Com a face encarquilhada e sem esperanças
Recolho-te filha dos meus sentimentos
Retiro-te das lides...pra longe dos olhares
Perdoa minha insistência...minha carência
Só eu conheço as tuas nuanças
E só tu conheces os meus momentos
Me perdi em tantos mares e lugares
Te queria levar não só de aparência
Mas profunda como só tu podes ser
Te escancarei as portas sem reserva
Esqueci o pacto que nos une
Tantos olhos passaram sem te ver
Te joguei alhures à caterva
Meu coração apertado te recolhe em cacos
Perdoa-me amada companheira
Se não te fiz minha amante primeira
Volta e traz de novo teu lume
Vamos varar as noites em aconchego
Nos braços da nossa solidão
Perdoa meu coração afoito e sem juízo
Foi preciso verter em lágrimas minha dor
Violentar meu grito silencioso
Para que eu recobrasse o siso
Perdoa meu egoísmo...meu desamor
Meu peito palpita ansioso
Recebe em teus versos minhas emoções
Dá-me a tua companhia amorosa
Novamente sem receio e restrições
Sê comigo pacienciosa...