Manhã de chuva
Debruçei os seios no parapeito
E soltei o olhar de contentamento
A bailar na chuva
Gotas mansas no recreio da ilusão
Fizeram meus passos delizarem
Acendi as velas do meu coração
Experimentei o meu momento
Ao sabor do pensamento
No compasso dessa chuva
Pingando em cores pelas cumieiras
As melindrosas águas
Escorrem em lendas faceiras
Chuvas cheias de mágoas
Passeio meus olhos no ribeirão
Transbordante de ilusões
Pra guardar dentro dos meus versos
As águas dessas chuvas
Que descem riacho abaixo
Deitadas na plácida manhã
Sonho na manhã de chuva
Debruçada na janela
Com as águas sonoras
Que me inundam de desejos por elas
Vagueando pelas horas
Meu sonho gotejando águas
No vórtice das minhas mágoas