Parto

Estou com medo do escuro,

Acenda as estrelas e as lanternas,

Não me chamem no púlpito,

Hoje não oro...eu urro...

Tenho frio, enrola-me nos seus braços,

Embala-me com cantigas eternas,

Deixe eu ser rainha, e você meu súdito;

Por um dia, deixa eu fazer de conta,

Que ser gente é tão fácil,

Que viver nem é tão dolorido.

À meia luz tudo é igual,

Estamos todos na ponta,

E como você, eu sou muito ágil.

Quero encontrar o colorido,

Do meu lado irracional;

Porque quando em versos eu procriar,

Quero fazer em ninhadas,

Quatro, cinco, seis ...dez, doze,

Assim, quando você me filmar,

Vou estar com a tetas inchadas,

Mas feliz em cada pose.

Deixe-me chocar minhas crias,

No sereno dos seus olhos pequenos.

Enquanto a vida, em mim anuncia,

Que vou parir dezenas de poesias

Afofa o ninho com maestria;

Para acalentar os meus rebentos.

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Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 27/05/2005
Reeditado em 04/01/2006
Código do texto: T20169
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