Parto
Estou com medo do escuro,
Acenda as estrelas e as lanternas,
Não me chamem no púlpito,
Hoje não oro...eu urro...
Tenho frio, enrola-me nos seus braços,
Embala-me com cantigas eternas,
Deixe eu ser rainha, e você meu súdito;
Por um dia, deixa eu fazer de conta,
Que ser gente é tão fácil,
Que viver nem é tão dolorido.
À meia luz tudo é igual,
Estamos todos na ponta,
E como você, eu sou muito ágil.
Quero encontrar o colorido,
Do meu lado irracional;
Porque quando em versos eu procriar,
Quero fazer em ninhadas,
Quatro, cinco, seis ...dez, doze,
Assim, quando você me filmar,
Vou estar com a tetas inchadas,
Mas feliz em cada pose.
Deixe-me chocar minhas crias,
No sereno dos seus olhos pequenos.
Enquanto a vida, em mim anuncia,
Que vou parir dezenas de poesias
Afofa o ninho com maestria;
Para acalentar os meus rebentos.
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