MORENA!

Morena, que encanto é esse,

que me derramas, que me untas,

que zumbe em minhas orelhas, febril?

De onde vieste assim, tão requebrosa,

cheiro de rosa, maravilhosa, lábio carmim?

Se achegue, rogo não negue, deixe que eu pegue

e beije tua mão; que o peito bate uma rumba,

o olhar se afunda no encanto teu.

Vem cá, por favor, não saia,

mimha alma desmaia de admiração;

vem cá, deixe eu ver seu veio,

me dá teu esteio, vem cantar pra mim!

Que coisa mais linda é isso,

morena tu faz vício no meu coração!

Se achegue, vem ouvir teu nego,

cioulo-moreno, teu azulão;

faceiro, também cancioneiro, voz e violão,

poeta um cadinho, pleno de carinho, de excitação,

maneiro, todo por inteiro, corpo, coração.

Me explica: como é ser bonita, mesmo de onde estás?

Me agita, em mim já estáis escrita: Paz;

me esquenta, me exaure, mas fica e não saia mais.

Morena, que encanto é esse, Jesus?

Tony Guedes

Tony Guedes
Enviado por Tony Guedes em 25/07/2006
Reeditado em 26/07/2006
Código do texto: T201797