Princindia *
Fico na escuridão de meu quarto
A imaginar o que estás fazendo,
E me coloco a teu lado,
Minha pequena princesa,
Vivendo assim momentos de felicidade.
Mas, princesa minha,
Quão terrível é a realidade
Quando volto a mim e percebo
Que não passou de fantasia!
Dores horríveis me massacram,
E vejo o quanto é inútil buscar filosofias,
Maldita ciência racional,
Senhora de minha infelicidade,
Se a cada momento me distancio de ti,
Princesa da selva, pequenina índia.
O quanto seria mais fácil
Se não racionalizasse tanto os atos meus!
Ah, índia minha,m se pudesse revelar-te
Os segredos que em sofrimento trago!
Talvez pararia de sofrer
Se os sentimentos meus eu te revelasse;
Se não racionalizasse o que sinto
E não buscasse respostas filosóficas
Para explicar os sentimentos meus,
Busca inútil do inexplicável.
Seria tudo tão simples
Se tudo eu te revelasse;
Mas não posso, acredites,
Temo tua reação,
E que este momento de fantasia
Venha a se tornar tragédia.
Que fique, índia minha,
Princesa das grandiosas florestas,
Tudo como está.
Que tu não venhas a conhecer os sentimentos meus,
E que eu sofra eternamente
Por não poder estar junto de ti.
(Nota: * princindia = princesa índia)