Qualquer dia...
Qualquer dia quando eu deixar
de ser só uma voz
Que não tem eco nem inflexão...
eu aprendo a chorar.
Quando eu aprender
a recolher os cacos
eu aprendo a lição.
Qualquer dia quando
entender que
esse sol também é meu
eu aceito esse calor
Quando eu puder dispor
do meu tempo sem pudor
Quando eu olhar para o espelho
e sem medo me encarar de fato.
Qualquer dia eu olho
e choro...
Qualquer dia eu solto
o meu eu e me relato.
Quando a esperança
cálida, tingir
minha vida pálida
Ou quem sabe quando
eu limpar meu coração
dessa inútil razão
Quem sabe eu olho
e choro...
Quem sabe eu me acho
no meio desse
descaso,
Essa vida sem graça
que nem sorrindo passa...