POEMA DOS DEZ DEDOS

Sobre gestos poliglotas,

de linguagem universal.

Sobre antigas portas

que se abrem

para o bem

ou para o mal.

Sobre meninos

pequeninos

arteiros.

Sobre carinhos

primeiros.

Sobre verbos

eternos

que acionam sem quaisquer medos

gestos não verbais

não orais

apenas mais

dos dez dedos:

Tocar

a pele

de leve

devagar!

Penetrar

pelos cabelos

retê-los

como ondas do mar!

Agredir

o alheio

sem receio

desenhar-se na face:

desenlace!

Segurar

a mão

o perdão

do outro magoado

ser humano amado.

Enxugar

a lágrima

a lástima

como se seguram estrelas.

Acariciar

as mãos

com as mãos

na mágica de prendê-las...

Elias Araujo
Enviado por Elias Araujo em 20/01/2010
Código do texto: T2041687
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