A SAGA DO SABUGO - Comento
Por Airton Soares
A escritora Dalinha Catunda, em seu cordel A SAGA DO SABUGO, consegue penetrar na medula da nossa intimidade fisiológica com muito humor, mas sem quaisquer resquícios de chuleza aparente.
De início, nossa atenção se volta para o título. Por dois motivos: primeiro, pelo o emprego da figura de linguagem aliteração e segundo, porque as palavras A SAGA e SABUGO, nos remetem à ideia de magnitude e pequenez respectivamente. É a opulência de “SAGA” contrastando com este secular refugo que se torna 'magno' diante uma “precisão”.
Dalinha, evidencia mais uma vez sua ousadia, desta feita ao narrar a história do indispensável, simples, sem escolha... sabugo. O mais utilizado, senão o único `ILB' (Instrumento Limpatício Bundal. ) de que se tem notícia.
(...)
“Quem é que vai recusar,
De com ele se limpar
Se não há escolha afinal?”
E, para as gentes chiques, modernosas e com boca de espanto, a cordelista de Ipueiras, sapeca estes versos, cortando-lhes as `asas' ao dizer, com propriedade, que o sabugo já limpara a bunda da alta sociedade:
“Não fiquem de boca aberta.
Nem pensem que é novidade.
Ele já foi muito apreciado,
Nos campos e na cidade.
Passou na bunda de gente
Que se dizia bem decente,
E de uma alta sociedade.”
E por fim, a poetisa diz que o sabugo nos “tempos idos era tido / como a melhor solução” pois “ele limpa, coça e penteia” e quem hoje o sabugo renega “já teve ele nas prega” E desabafa com Ele: Meu Deus! Que ingratidão.
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* Sabuque-se do excesso desta higiênica “selva de pedras”!
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