Momentos fortes
Nas horas de solidão
Em que tudo parece chegar ao fim,
Nada melhor que a doce companhia
Da deusa das deusas,
A mulher amada.
Quando o desejo ardente de morrer,
Afinal amigo intimo
Esmaga o mísero e sofredor coração
E solução parece não haver,
Nada melhor que ouvir a doce voz
Daquela que fala suavemente aos ouvidos.
Mais precisamente quando rolam as lágrimas,
Como um riacho ensangüentado
Brotando de olhos profundos e esbraseados,
Por sobre uma mísera e monstruosa face,
Nada melhor que sentir seus róseos lábios
Tocando nestes já ressecados pelo sofrimento.
São esses os momentos fortes
Que seguram míseros e vegetativos seres.
E caso venha um dia a faltar tal companhia,
Ou se essa pedir para ser esquecida,
Talvez seja mais fácil abraçar a tão temida morte
Que eternamente sofrer a ausência da mulher amada.