pelo prazer...esvoaçante!
desço da minha interminável ilusão
até ao coração...
esse coração cansado e violado
que bate ressentido pela ilusão,
pela incómoda presença artificial
que o faz ganhar ritmo,
que, verticalmente, atravessa o meu medo.
da minha amiga nicotina,
de sobressaltos causadora,
restam fugas temporárias
ao prazer do fumo,
onde morro mais um pouco
no prazer que se esfuma.
é no ritmo lento desta agonia
que vivo e sonho
sem a certeza de concretizar
o dia de amanhã.
na régua que mede e distancia o tempo
há um terminus
que fica na exacta medida,
que ignoro,
e onde reside o meu fim.
até que isso aconteça
no imprevisto que a todos aguarda,
há um fim previsivel
a cada momento, a cada instante,
em que atraiçoo a vida
e vôo pelo prazer...esvoaçante!