Cárcere Privado

Há uma mulher que retenho nos meus dedos,

Envolta em tinta opaca;

Há um limiar que se aproxima em rios serenos,

Que em mim deixo passar.

Há, também, um apetite escasso de fome,

Que mato com o tempo.

E há nos meandros inextricáveis do ser,

Uma mulher de dedos... que retenho em tintas!

Cristina Pires (02/2005)