Última revoada
O espelho mordaz me surpreende
Não justifica
Mostra o que a alma não entende
O calor que agita
Não brilha no reflexo
Traz escondido no convexo
Circula no sangue esmaecido
Na jangada que desliza serena
No entumescido arrepio
Que aponta seu cio
Ah se pudesse refletir
As entranhas febris
Que tem os outonais sem pressa
Bebendo em goles prazerosos
Degustando
Sabores de paladar apurado
Longe dos bebericados gulosos
Engolidos outrora as pressas
A alma mansa volita
Sabe esperar
Sabe viver
Tem trejeitos faceiros
Sabe calar
Aprendeu amar