Última revoada

O espelho mordaz me surpreende

Não justifica

Mostra o que a alma não entende

O calor que agita

Não brilha no reflexo

Traz escondido no convexo

Circula no sangue esmaecido

Na jangada que desliza serena

No entumescido arrepio

Que aponta seu cio

Ah se pudesse refletir

As entranhas febris

Que tem os outonais sem pressa

Bebendo em goles prazerosos

Degustando

Sabores de paladar apurado

Longe dos bebericados gulosos

Engolidos outrora as pressas

A alma mansa volita

Sabe esperar

Sabe viver

Tem trejeitos faceiros

Sabe calar

Aprendeu amar

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 31/05/2005
Código do texto: T20964
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