A DANÇA DA LOBA
Estou deitada em almofadas tão fofinhas.
Não são almofadas.
São nuvens...
Tão molhadinhas!
Mergulhei num arco-íris.
Alcancei a ponta.
O pote de ouro.
O tesouro.
Mentiras, verdades.
Sinto os respingos de um chafariz.
Coça-me o nariz.
Meu corpo nu a dançar a dança da loba.
Uivo para uma lua prateada.
Não...
São duas.
E me pergunto.
Que terra é esta?
Duas luas brilhando...
Danço freneticamente.
O tempo me diz: dança.
E obedeço.
Mudei de endereço.
Perdi a noção de mim.
De tempo.
De espaço.
Erro o passo.
Disfarço.
Pra ninguém.
Estou só.
Me procurando...
Me achando.
Me dizendo:
Então era tão simples assim?