A Casa abandonada XXV Desculpem a Ironia

Faz-se tarde,

O sol pôs-se outra vez,

Estou triste, como a janela olhando para mim.

Não sei o amanhã, e isso interessa,

Desta vez procuro o vizinho,

Não quero acabar de costas,

A lua outra vez, o meu pai ensinou-me

Que eu devia pensar noutra coisa, mas eu sou assim,

Claro que sou assim, só que não sabia,

E tanta vez me falta essa casa .

Só quando escrevo, prometi-me escrever.

Vou ainda saltar para outra casa, mas para parar,

Tenho as malas, vou de férias.

Levo um livro para ler.

Não fizemos amigos, não houve tempo,

Ficámos conhecidos, bebemos uns copos.

Ainda vou lá passar. Desculpem a ironia

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 06/08/2006
Código do texto: T210213