Por que escolhi as montanhas de Minas

Hoje à noite eu sentei para escrever este poema

para quem não leu a carta que eu não vou escrever

e brindo à saúde,

dos desaparecidos na escuridão,

As últimas notícias do dia

jaziam num barco no fundo do oceano,

quatro homens, dois meses no fundo do mar.

Milhares de barcos estavam levantando âncora

e tinham velas naquele dia e um, apenas um,

afundou-se, como se caísse

em um buraco no oceano.

A morte não se aplica à nossa geografia,

Em algum lugar nos encontraremos

num emaranhado de rios e trilhas,

numa pegada em montanhas de papel e mapas

É importante levar a paisagem em torno e de dentro de nós,

Assim, quando, a poucas horas,

acordar de um sonho ruim

que não deveria nos pertencer,

Eu gostaria de contemplar a distância entre nós

assim como uma opção de viagem diferente,

seguindo uma linha idêntica na areia perto do mar.

Em algum lugar lá fora,

hoje a noite esvazia o ar e o deixa secar.

Nem gaivotas, navios ou sirenes, apenas a canção de ninar

o mar e o restante da última noite de uísque ...

convergentes em uma única nota

da canção triste que canto agora.