Viagem
No universo da minha essência;
Viajam sonhos profundos,
Entranhas da minha vivência,
Alguns silêncios fundos.
Viajam nos meus quereres,
Promessas aladas de ilusão,
Loucos que manietam títeres,
Não me abraçam na razão.
Faço planos, planto estrelas,
Semeio alegrias poucas,
Ao longo da margem, vou colhê-las,
Viajor de eras outras.
Aplaino o chão das certezas,
Na solidão das minhas fráguas,
Pois são tantas as vilezas;
Que esburacam minhas mágoas.
Tenho um pé no infinito,
Por onde cavalgam meus corcéis,
Nem toda dor têm um grito,
Nem todo amor precisa de anéis.
Anseio o fim da estrada,
Uma janela para o fim;
Onde tudo enfim, se acaba,
E volto a pertencer a mim.