Catando palavras
Minhas mãos inquietas percorrem meu corpo
Em busca da palavra, uma que não trave
Que enrosque na pele, penetre fundo
Rasgue na língua os preconceitos
Minha ansiedade procura um porto
Onde a inspiração se destrave
Com palavras de sentido profundo
Numa frase cheia de efeitos
Mas onde a respiração oscila
Tem espaços sobrando e ecos gritando
E eu não encontro uma razão
Uma que me revire a inspiração
Não há como catar palavras nesse teclado
Nesse pedaço de plástico gelado
Tateio meus contornos
Atento para o meus olhares mornos
Não sei se me perdi
Ou se nunca me encontrei
Se é farsa o que até aqui vivi
Quando adormecer...saberei