Noite na Cama

Legítimo verme meu

Cachorro do descanso

Prateado queixo e manso

Num tempo, enterneceu.

Ridícula cepa minha

A goiva da identidade

Da forquilha à idade

Equador órfão desalinha.

O sal de banho no tapete

Que a chuva não lavou

De pouca boca achacou

Na noite de jarrete.

Recolhi o suor do leito

Com arsênico proveito

De meu batizado peito.

Com ternura

À lua pura

Vã tortura.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 07/08/2006
Reeditado em 24/08/2006
Código do texto: T211122
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