A consciência de ser Eu
Sangrar pela autonomia de ser eu!
Ser sem correntes, liberto!
Esse sangue é meu, essa cruz é minha,
Verde é o olho de minha esperança,
Ser sem expectativa no outro!
O outro?
É pra ser gostado, amado,
consumido pelos prazeres doces e sutis!
E eu?
Ser eu, sempre!
Livre do fanatismo e aridez,
cônscio da maça ou Diderot,
Líquido como o sol nos olhos,
ou como a exigência de um bom vinho
no palador nosso de cada dia.
Sagacidade e Zé-ninguém!
Permitir ser enganado pelas bruxas e pelos deuses.
Sorrir, pelo espontâneo gesto de uma criança
e chorar por não ser você,
a criança que canta no ônibus
e berra quando não está feliz!