A consciência de ser Eu

Sangrar pela autonomia de ser eu!

Ser sem correntes, liberto!

Esse sangue é meu, essa cruz é minha,

Verde é o olho de minha esperança,

Ser sem expectativa no outro!

O outro?

É pra ser gostado, amado,

consumido pelos prazeres doces e sutis!

E eu?

Ser eu, sempre!

Livre do fanatismo e aridez,

cônscio da maça ou Diderot,

Líquido como o sol nos olhos,

ou como a exigência de um bom vinho

no palador nosso de cada dia.

Sagacidade e Zé-ninguém!

Permitir ser enganado pelas bruxas e pelos deuses.

Sorrir, pelo espontâneo gesto de uma criança

e chorar por não ser você,

a criança que canta no ônibus

e berra quando não está feliz!

Tiago Branco
Enviado por Tiago Branco em 08/08/2006
Código do texto: T211834