Metapoesia do parvo

Eu não escrevo sobre aquilo que conheço,

não busco o que já foi dito,

e dito... e repetido tantas vezes.

Busco o inexplorado,

o inexplorável.

Tento, insistentemente,

fazer lugar-comum

o que antes nunca foi lugar algum.

Arriscar fazer poesia

é reinventar a língua:

como podemos dizer aquilo que nunca foi dito?

Então o poema, a arte,

não o poeta e o artista,

inventam o mundo.

Aquilo que é indizível,

o nunca-dito,

no colo do poema,

faz o mundo.

E – voilà! – o não-dito vira bom dia.