Bruxas E Afins

Cabula viscoso o precioso mel

Da fada rainha, deslumbrante mão

Incapacitado, dorme o urso no verão

Ao pé do catre, estrela e céu.

O gado muge na redoma trincada

Por sons aglutinados, geme leso coração

Meus anjos d’água impura sopram ‘não’

Menção à ressonância inabalada.

Na parede, a caveira com olhar perolado

Bate a cara no vidro trincado

E acha graça

Um brinde à desgraça.

Meus crepúsculos internos entreabertos

Conotação esférica, polivalente

Não durmo sonos de bruxa doente

Rezo aos tenores com os pés cobertos.

E segue nesta imagem

À mentira da coragem

À medida do entorno

Traz da noite o forno.

O catre cujo urso amansa

Com a pérola laxativa da caveira

Vê a bruxa na ribanceira

Erguer um brinde ao céu que trança.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 09/08/2006
Reeditado em 29/01/2008
Código do texto: T212414
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.