O menino e a guerra
Ali, um menino esgueira-se entre escombros,
de olhos aflitos perscrutando a batalha...
ele não carrega livros mas leva nos ombros
o mortal e desumano peso da metralha...
Tão pequeno e é, já, candidato à medalha,
prêmio cruel de quem implanta assombros...
o céu da guerra lhe servirá de mortalha
e haverá corpos por entre campos e combros...
Não viverá para ser adulto... e, se viver,
trará as sementes da infeliz beligerância
que, pelos séculos e séculos, só faz crescer...
Ah, minha Poesia, solta-te nos Saraus-Serões...
vai por este mundo impondo a tua ânsia
de gritar mais alto que o troar dos canhões!!...