amor um poema inspirado em Cummings

eu terra

quero dizer

a lua que te amo

as flores encantam

neste momento o futuro

a sordidez e do teu amor en-

laçam existência como a tua pele

me deixa nuclear pode ser a guerra

e os teus olhos doces explodimos de ter-

ror como cravados na ternura só temos a vi-

da na tua boca o fim é previsível não passamos

de corpo mas a tua brancura como um astro apoca-

lítico enrolada no lençol branco és uma visão morte só

podemos viver o presente e és minha como o sol se deita

e não haverá manhã quando trocamos olhares meigos e brandos

os Invernos rigorosos estão aí amanhã porque damos as mãos

e bebemos a água de uma amizade profunda depois a fome

as pedras e os teus seios pousados nas minhas mãos que

os ditadores nunca esquecerão como o ar que tu res-

piras veneno do ácido das pessoas descerei sobre

sentindo o tempo e não há tempo nem mar nem

haverá terra quererei apenas ter-te ao meu

lado infinito sorte e azar só vinte gerações

nunca te esquecerei como o linho grita

as dores da fome a tua mão os teus

olhos as memórias negras lapidar

rolarás sempre nesse leito com

armas e sódio mirrará mas

quero-te e o fim virá com

as rolas num quadro e

será este sorriso que

estará na palavra

o fim amor fim

amor fim a-

mor!

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 11/08/2006
Código do texto: T213952