Medo Antigo

Quero ficar nas estranhas

No aconchego do balanço lento

Enquanto caem as folhas lá fora

Só preciso ouvir o sibilar do vento

Que embala meu medo antigo

Acocorada no silêncio das horas

Sonho mundos que não verei

Enterro esperanças envelhecidas

Quero fugir da estrada sem retas

Odeio esse volante ardente

Que me devora kilometros de vida

Que me obriga simular sorrisos

Ao rastejar sobre cascalhos agudos

Quero adormecer lentamente

Como o sol que se enfia no horizonte

Sem acordar a noite

Que quero continue negramente pacienciosa

Catando contas do meu rosário

Quero anoitecer de olhos semi-cerrados

Até me perder no infinito de mim

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 11/08/2006
Código do texto: T214415
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