Samba: Poesia Do Amanhã

Nuances performáticas de plena certeza

De carona na alvorada, súditos e realeza

Eqüidistância mor enrijecida no dobrado

Nas cordas do violão dedilhado.

Apogeu do regaço em desalinho

Vinde-vos sete taças, na embalada

Repique com gosto, feito do nada

Quebra o compasso, no miudinho.

Notas rompem Madureira

Onde samba a avenida

Ilusão apoteótica expelida

Obra fértil à vida inteira.

Marcado em chãos e anis

Tantã e cavaco, anciãos da tamarineira

Desfilam à sombra, corpos de mis

Do cacique, a alma altaneira.

Ah, samba! Barris inteiros

Compostura melódica do meu ser

Senhor bamba dos pandeiros

Gênese na irmã, no entardecer.

Tu és membro perene

Na telúrica cadeira visceral

Rosalina, Bebeto e Irene

A condolência e a nau.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 12/08/2006
Reeditado em 29/01/2008
Código do texto: T214680
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