Samba: Poesia Do Amanhã
Nuances performáticas de plena certeza
De carona na alvorada, súditos e realeza
Eqüidistância mor enrijecida no dobrado
Nas cordas do violão dedilhado.
Apogeu do regaço em desalinho
Vinde-vos sete taças, na embalada
Repique com gosto, feito do nada
Quebra o compasso, no miudinho.
Notas rompem Madureira
Onde samba a avenida
Ilusão apoteótica expelida
Obra fértil à vida inteira.
Marcado em chãos e anis
Tantã e cavaco, anciãos da tamarineira
Desfilam à sombra, corpos de mis
Do cacique, a alma altaneira.
Ah, samba! Barris inteiros
Compostura melódica do meu ser
Senhor bamba dos pandeiros
Gênese na irmã, no entardecer.
Tu és membro perene
Na telúrica cadeira visceral
Rosalina, Bebeto e Irene
A condolência e a nau.