Goteira da saudade

Toc toc

Toc toc

Não para de gotejar

A saudade insistente

Que teima em me assolar

Toc toc

Toc toc

Persiste essa goteira

Acanha-me, sobremaneira,

A saudade me ocupar

Toc toc

Toc toc

Pinga constante a saudade

E tudo em mim ela invade

Sem dó e sem piedade

Encharca até quase afogar...

Toc toc

Toc toc

Pingueira obstinada

Que me deixa saturada

De tanta saudade juntar

Toc toc

Toc toc

Pinga aqui e ali

Pingos que pingam em si

Até a saudade pingar

Toc toc

Toc toc

Persistente o toque insiste

Num ritual que consiste

Em fazer de forma triste

A saudade gotejar

Toc toc

Toc toc

Som que judia demais

Entoando tantos ais

De uma saudade sem par

Toc toc

Toc toc

Me doem os pingos caindo

O coração resistindo

Para não despedaçar

Toc toc

Toc toc

Assim não vou suportar

Tanto pingo a pingar

Saudade em profusão

Toc toc

Toc toc

Goteira que me intimida

Deixando minha alma ferida

Enfraquecendo a vontade

Sem opção, nem saída

Gotejando mais saudade!

Priscila de Loureiro Coelho

Consultora de Desenvolvimento de Pessoas

Priscila de Loureiro Coelho
Enviado por Priscila de Loureiro Coelho em 02/06/2005
Código do texto: T21535