Poema 0305 - Homem

Admiro-te das minhas alturas e baixezas,

farei uma ponte entre meu e teu sexo,

provocarei guerras e as vencerei,

enquanto teu corpo acalma, te tomo,

beberei da tua boca, depois do teu prazer.

Desejo a ti como me desejo,

é da natureza,

tocar-te-ei como a um anjo,

voltarei antes do anoitecer

ao colo, ao dorso, ao amor.

Deveria te manter ao menos um pouco inocente,

não quero fazer amor sem teus gemidos,

aguças-me quando calas, me aguças quando pedes,

peço que implores que volte e não voltarei,

que fiques em silêncio até que te surpreendas.

Teu corpo é mais forte que minha impetuosidade,

na beira da tua ternura deitarei meu corpo,

te farei impura se não o fores,

roubarei tua alma como se fosse minha,

beijarei apenas a boca, antes os seios.

Afasta minhas mãos das tuas,

deixa que meus dedos te invada úmida,

ouça meus gemidos como um canto de amor,

me condena ser teu, amante ou outra coisa... pouco importa,

aconchega-me em teu colo para que adormeça de paixão.

Voltarei quando eu quiser, ainda que grites,

não saberás meu nome, não lembrarás d'outros dias,

apenas de minha força quando arrombou tuas entradas,

serei mistério até que volte, e depois continuarei,

voltarei outras vezes em segredo, serei como a noite.

Quando adormeço sou menino-homem,

sonho com carinho sem força, amor e beijo,

mãos que seguram outras com delicadeza,

corpos que se vestem até os pés,

uma voz que fica indo e vindo do outro coração.

Tenho marcas de dentes das bocas que se foram,

vazios de ladras que saquearam meus segredos,

são os opostos da paixão que um dia sonhei,

sou um homem impuro como devo ser,

mas um homem que ama para somente ser amado.

04/06/2005

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 02/06/2005
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