uma dor no meio do peito

tão distante das palavras

dos modos

dos homens

da poesia.

Nem posso invocar o martelo pneumático ensurcedor

ou a roda implacável do sistema tayloriano

estou sem destino, como numa lixeira,

cheio de obstáculos.

aqui não há telhados de oiro

nem a pele sedosa de Anna

Só um equívoco chamado realidade.

Realidade,

uma dor no meio do peito.

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 14/08/2006
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