O DESCONHECIDO

Quedo-me derramado sobre os vales

para não afastá-los dos oiteiros.

Quero-me derramado sobre os homens

para afirmar a nossa afinidade.

Trago os membros decepados,

as faces esfoladas

e tento manter o amor.

Enquanto a paz não soa

quedo-me derramado

Há dois mil anos o céu tocou a terra árida da guerra,

é a agonia do mar a revolver seus mortos,

a eterna agonia do sangue derramado.

E quedo-me até quando?

“se há dois mil anos te mandei meu grito:

SOU CAMINHO, VERDADE, SOU VIDA”!

José Luongo da Silveira
Enviado por José Luongo da Silveira em 14/08/2006
Código do texto: T216162