Profana

Estanco debaixo do chuveiro;

Para escorrer os meus pecados,

Rogo a calma desse braseiro

Em sussurros derramados.

Pelo ralo desaparece insensato;

O desejo no afã cobiçado

Desprendido sem nenhum recato.

Pelo na pele eriçado.

Lava a alma e a carne fértil,

A corrente de água pura.

Faz de novo a mente débil

Recolhida na veste de alvura;

A simulação branda e estéril

De apropriada compostura.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 02/06/2005
Código do texto: T21629
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