Versos Meus

Não devo agora

No despontar da cadente

Fazer-me de urgente

Ó raça veemente;

Devo estar de fora

No ovular da aurora.

Faculto a discussão

Não sou estrela

Sou punga ovelha

A inquietude parelha;

Ferida com pressão

Resvalada podridão.

Das flores,

Sou sépala

Dos amores,

Pétala

Despetalado

Não revelado.

Não quero ser o vulto da versão

Nem notícias que os velhos lêem

Quero os olhos que as gaivotas têm

Com crepúsculo mais além;

Ladro e friso o doce macarrão

Não tenho preço, não.

Não levo pressa

Não tenho essa

A frouxa corda desfiou

Mereço o aço, suportou

É o legado do “já vou”

Onde estou?

Não carece

A boca dita a carne

Desembrutece

A minha prece

Faz do bife à parte

A cavilha do descarte.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 14/08/2006
Código do texto: T216357
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