Decomposta pelo meu hábito de escavar nas palavras
Decomposta pelo meu hábito de escavar nas palavras
Assomas-te brilhante em alma na virtude das nuvens
Os teus outros pedaços
estão perdidos na seda escura da noite
e a candeia do meu coração gasto de saudade
apaga-se no ventre górgio da lua.
Para fazer dia…o puzzle das palavras terá que estar completo.
Para isso juntarei todos os versos dos meus poemas
e farei o feitiço do verbo.
Tu poderás ser impossível
mas o meu epitáfio será escrito
na fenda aberta da nossa ternura
Poderei ter escrito tudo o que não era para dizer a quando do nosso primeiro beijo
mas o amor é a nossa chave para o mundo
…e o mundo não espera…
fica então a alma,
e que por estarmos vivos parece parodoxal
(a alma parece-me tanto a morte)
Sabes…recusamos ser iguais a outros…,
sem petulância e sem brilho.
Mordemos o pó e plantamos árvores no tempo
Como se o vale verde de chamas
Fosse infinito
E os nossos corpos aí deitados já sem palavras
Formassem rios
Como o sémen no ventre!