Decomposta pelo meu hábito de escavar nas palavras

Decomposta pelo meu hábito de escavar nas palavras

Assomas-te brilhante em alma na virtude das nuvens

Os teus outros pedaços

estão perdidos na seda escura da noite

e a candeia do meu coração gasto de saudade

apaga-se no ventre górgio da lua.

Para fazer dia…o puzzle das palavras terá que estar completo.

Para isso juntarei todos os versos dos meus poemas

e farei o feitiço do verbo.

Tu poderás ser impossível

mas o meu epitáfio será escrito

na fenda aberta da nossa ternura

Poderei ter escrito tudo o que não era para dizer a quando do nosso primeiro beijo

mas o amor é a nossa chave para o mundo

…e o mundo não espera…

fica então a alma,

e que por estarmos vivos parece parodoxal

(a alma parece-me tanto a morte)

Sabes…recusamos ser iguais a outros…,

sem petulância e sem brilho.

Mordemos o pó e plantamos árvores no tempo

Como se o vale verde de chamas

Fosse infinito

E os nossos corpos aí deitados já sem palavras

Formassem rios

Como o sémen no ventre!

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 15/08/2006
Código do texto: T216823