o poema vem dos outros
o poema vem dos outros
aqui, apenas mora o olhar,
a preguiça de seguir a velocidade do tempo,
A conjura do sentimento,
a certeza do caminho,
o pranto no derrame da angústia,
mas sempre a fagulha da poética
quando acha pouso na árvore do afecto
quando os meus braços chegam aos outros
assim posso incendiar o gelo canalha da hipocrisia
e ser catarata do amor
enchendo o rio do deserto
que outros tentam com sangue esvaziar.
Neste sólido mundo de violência
só o afecto não vacila à guerra.