o poema vem dos outros

o poema vem dos outros

aqui, apenas mora o olhar,

a preguiça de seguir a velocidade do tempo,

A conjura do sentimento,

a certeza do caminho,

o pranto no derrame da angústia,

mas sempre a fagulha da poética

quando acha pouso na árvore do afecto

quando os meus braços chegam aos outros

assim posso incendiar o gelo canalha da hipocrisia

e ser catarata do amor

enchendo o rio do deserto

que outros tentam com sangue esvaziar.

Neste sólido mundo de violência

só o afecto não vacila à guerra.

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 15/08/2006
Código do texto: T217248