IN MANUS TUAS, DOMINE...

Estive muito perto de perder a minha crença

o dom mais precioso que minha alma alcança

só a memória daquela chama de cera batismal

quase apagada no vale da noite da indiferença

manteve sempre acesa a chama da esperança

que renovou minha vida de tanta desavença,

separou-me por certo do fracasso existencial

em que malogram os que vivem na descrença.

Para mim, crer sem ver foi se tornando um fardo

e crer para entender uma miragem já tão distante,

que pouco a pouco se dissipou minha confiança.

Agora eu sei, foi o Vento soprando sobre as águas

que guiou-me passo a passo pelo vale das sombras

e trouxe-me de volta ao seio de teu seguro aprisco.

José Luongo da Silveira
Enviado por José Luongo da Silveira em 18/08/2006
Código do texto: T219117