A palavra que aqui continua é o fim que é

Quando se morre novo não se morre,

fica-se nos outros como uma pele,

vive-se como um segredo aberto noutra voz,

nos olhos, no seu brilho, nas suas lágrimas.

não se sabe nada do corpo, quando se o perde.

dói como uma ferida, a morte,

mas não se sabe por onde se vai dessa forma.

ou porque se nasce, se faz o doer que somos.

jovem morto que se abre em verbo maior,

desvendando todo o mistério,

não há certamente firmamento

que se levante do sangue que o corpo é

A palavra que aqui continua é o fim que é

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 20/08/2006
Código do texto: T220690