SEDUÇÃO

De tanto ouvir chamadas

De um cantar longínquo

A minha alma,

Adormecida e serena,

Ingênua,

Partiu noite afora,

Noite adentro,

Ouvindo um cântico de sereia

E foi para onde eu não sei

Para voltar de manhã

Molhada de sereno e perfumes

De um seio que eu não sei.

Dedos crispados, agarrados a um travesseiro

Como que agarrados a um corpo que não sei

Retesavam o corpo num espasmo e espanto

Da viajem travessa da minha alma masculina

Que fora experimentar um carinho que não sei.

Sem o direito de saber se podia

Viajou ela para longe de mim

Para me ensinar

Que há recônditos secretos

Que, a destarte de tudo,

Libertam a minha fera caçadora de fêmeas

Como animal que fareja cio

Não se importando com a noite,

Nem com a floresta

Ou com o tempo bravio.

Chico Steffanello
Enviado por Chico Steffanello em 23/01/2005
Reeditado em 17/09/2006
Código do texto: T2222
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