UMA FLORESTA IMENSA E UM REINO

“Vivo sozinho. O Meu quarto não tem

a alegria floral de uma jarra fagueira”.

Murmurações, Menotti Del Picchia, Edição de 1958;

Não há beleza nenhuma neste reino.

Sempre o mesmo silêncio desenhado

Passos que vão ninguém sabe para onde

Murmúrios do lado de fora, gente rindo

Um cão que late ao longe.

Vida chata tem os cães.

A espera de um afago do dono.

É como se fosse uma floresta imensa

Cercada de muros, escuras fontes

Caçadores andando em busca de água

E olhando as frestas das arvores milenares.

Não há beleza neste reino caótico de chuvas

Relâmpagos e trovões, cavalos correndo

Cavaleiros pálidos trajando negras capas.

Não há nada, não há nada que se perpetue

Neste reino onde me limito

E onde estacas atravessam-me.

Como demoram a passar estas horas.

12/02/2004.