Auroras
Quando sacode o dia na minha janela;
Puxo pra bem mais perto o travesseiro,
Recordo a noite pintada na minha aquarela,
Lembrança do nosso primeiro janeiro.
Auroras do meu cantar predileto,
Das febres de amor experimentadas,
As conversas sussurradas em secreto,
Juras tantas, feitas em enxurradas.
Amanheço outra vez com o temporal,
Sibilando nas folhas luz resplandecente,
O afago doce nas sacadas do quintal,
A ternura de um beijo inocente
Reflete no lume do tempo imortal
Apascentando o corpo de alma carente