Retrato
Um retrato grudado nas mãos
Teu nome preso na garganta
É tudo que tenho de ti
Nesse meu emaranhado de lembranças
Juntei camadas de saudades empoeiradas
Que brotam por todos os vãos
De todas as frestas como planta
Que reguei e quase nem percebi
Nesse retrato me olhas como as crianças
Serenas, porque se sabem muito amadas
E teu nome fica aqui entalado
Querendo escapulir num grito
Da tua boca pedinte roubo beijos
Nos desvarios das madrugadas
Vencida feliz pelo pecado
E tantas vezes teu nome repito
Quando a noite se debruça em meus desejos
Confesso aos teus olhos a minha paixão
No auge da minha amargura
Abraço teu retrato docemente
...só sinto o teu vazio...
A muitos passos do meu chão
Estranho a toda essa loucura
Do meu corpo inconsequente