Retrato

Um retrato grudado nas mãos

Teu nome preso na garganta

É tudo que tenho de ti

Nesse meu emaranhado de lembranças

Juntei camadas de saudades empoeiradas

Que brotam por todos os vãos

De todas as frestas como planta

Que reguei e quase nem percebi

Nesse retrato me olhas como as crianças

Serenas, porque se sabem muito amadas

E teu nome fica aqui entalado

Querendo escapulir num grito

Da tua boca pedinte roubo beijos

Nos desvarios das madrugadas

Vencida feliz pelo pecado

E tantas vezes teu nome repito

Quando a noite se debruça em meus desejos

Confesso aos teus olhos a minha paixão

No auge da minha amargura

Abraço teu retrato docemente

...só sinto o teu vazio...

A muitos passos do meu chão

Estranho a toda essa loucura

Do meu corpo inconsequente

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 07/06/2005
Código do texto: T22815
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